Nove anos depois do crime, o acusado de matar a estudante Márcia Barbosa de Souza vai a julgamento nesta quarta-feira, dia 27, na capital. O ex-deputado federal Aércio Pereira enfrenta o júri popular hoje, às 14 horas, no 1º Tribunal do Júri, no Fórum Criminal. Ele é acusado de homicídio qualificado e de esconder o corpo da vítima e o julgamento deve contar com a presença de representantes do movimento de defesa dos direitos humanos e de parentes de Márcia, que morava em Cajazeiras.
Quando foi assassinada, Márcia tinha 20 anos e costumava ficar hospedada na pousada Canta Maré, em Manaíra, quando vinha a João Pessoa. Foi de lá que ela ligou para Aércio, na época deputado, que depois passou para pegá-la na noite do crime, no dia 18 de junho de 1998. O processo indica que eles foram a um motel e, no dia seguinte, ela foi encontrada morta em um terreno no Jardim Recreio, no Altiplano Cabo Branco, em João Pessoa. Os laudos dão conta de que Márcia morreu asfixiada.
O caso é acompanhado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos e de entidades como o DH Internacional, sendo que na Paraíba, quem acompanha o caso de perto é a Fundação Margarida Maria Alves, que desde o início do processo luta para evitar que o caso caia no esquecimento. “A nossa preocupação é que esse não seja mais um exemplo de impunidade, porque foi um crime bárbaro”, explica a advogada da Fundação, Candida Moreira.
Candida também destaca que ainda é preciso aguardar o resultado do julgamento, já que os acusados da morte de Margarida Maria Alves, outro caso tão emblemático quanto o de Márcia, nunca chegaram a ser punidos. “Diante da morosidade da nossa justiça, é claro que chegar ao júri é um passo importante, mas precisamos ficar atentos ao que vai acontecer agora para evitar que este seja mais um exemplo de impunidade”, alerta.