O padre Gunther Alois Zgubin, a resistência dos Tupinikin-Guarani (Espírito Santo) e o Movimento das Mulheres Campesinas (MMC) foram os agraciados, este ano, com Prêmio Nacional de Direitos Humanos. O padre Gunther Alois Zgubin venceu na categoria Personalidade por sua luta para chamar a atenção para a situação carcerária do país. Padre Gunther Alois Zgubin é membro da Pastoral Carcerária e bastante conhecido em todo Brasil por sua atuação.

Coordenadora Nacional do Movimento de Direitos Humanos (MNDH), Rosiana Queiroz, lembra, ainda, que “a Pastoral Carcerária é parceira do MNDH na luta contra a tortura” no país. A resistência indígena Tupinikin-Guarani venceu a categoria Experiência. Trata-se de uma luta histórica de resistência dos indígenas do Espírito Santo, “mais recentemente contra o deserto verde da monocultura do eucalipto” naquele estado.

Segundo Rosiana, “a premiação é o reconhecimento da luta indígena contra os grandes projetos, contra o modelo de desenvolvimento excludente e violador dos Direitos Humanos”. Ela lembra ainda, que acontecerá na aldeia desses indígenas a abertura do XV Encontro/Assembléia do MNDH.

O Movimento das Mulheres Campesinas (MMC) venceu na categoria Organização. Para a coordenadora, a premiação é um reconhecimento da luta das mulheres contra todas as formas de opressão e de criminalização. “De modo particular, premiar o Movimento de Mulheres Campesinas, uma organização nacional parceira do MNDH, é dar um indicativo do fortalecimento da parceria e da luta conjunta contra a criminalização”, acredita.

História

O Prêmio Nacional de Direitos Humanos foi instituído em 1988 e desde então é atribuído a cada biênio a pessoas e organizações que se destacam na caminhada de luta pela dignidade e respeito aos direitos humanos no Brasil e no Mundo. Mais do que uma homenagem, o Prêmio expressa um momento importante para o MNDH, de reconhecimento àqueles que efetivamente trabalham por uma sociedade pluralista, justa, democrática e fraterna.

O Prêmio Nacional de Direitos Humanos tem como objetivo homenagear, promover e dar visibilidade às instituições e pessoas que pelo compromisso, dedicação e testemunho destacaram-se na luta pela dignidade e pelo respeito ao ser humano. O Prêmio entende os direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais como Direitos Humanos, confirmando a sua indivisibilidade e interdependência.

Aos vencedores do Prêmio Nacional de Direitos Humanos são concedidas estatuetas, uma para cada categoria, em formato de escultura com design exclusivo do MNDH. Vale destacar que todas as indicações e os julgamentos passam por uma seleção do Conselho Nacional do MNDH. Assim, os julgamentos são feitos a partir dos seguintes parâmetros de avaliação, considerando a categoria em que o inscrito está concorrendo: importância histórica no contexto brasileiro e mundial; geração e produção de conhecimento relevante; capacidade inovadora e criativa; integração com outros segmentos sociais; impactos sociais, políticos e culturais na sociedade; potencial de difusão e aplicabilidade por outros; integração dos Direitos Humanos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais.

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